A importância de chorar

por Lorrany Silva

A saúde mental e o desenvolvimento vêm ganhando cada vez mais espaço na atualidade. Em um século de tanta correria, em que as pessoas começaram a ter dificuldade de se relacionar umas com as outras, nunca se fez tão necessário tratar de tópicos que rompam com os tabus que nos acostumamos a perpetuar de uma geração para outra. Hoje vou falar um pouquinho com vocês sobre o chorar…

Quem nunca ouviu alguma daquelas famosas frases ditas pelos pais ou outros cuidadores: “Engole o choro”; “Que feio uma criança tão linda chorando”; “Tá chorando atoa”; e assim por diante. A questão é que chorar sempre foi visto como uma fraqueza, como algo que diminui o indivíduo socialmente, o que, claramente, está errado!

Quando nascemos, a primeira coisa que fazemos é chorar (e se não o fazemos isso se torna uma preocupação médica). Recém-nascidos, bebês, crianças pequenas etc., choram para se comunicar, indicando que estão com fome, com sono, cansados, chateados ou simplesmente precisando de carinho. Ainda, o choro é uma forma muito legítima e sincera de expressar, tanto sentimentos bons quanto ruins, e todos nós sentimos as mais variadas emoções ao longo da vida. Impedir que um ser humano demonstre o que está sentindo é impedir que ele adquira autoconhecimento.

Em nossa sociedade, é comum que não saibamos lidar com as situações e as emoções que elas nos causam, e assim procuramos um espaço seguro que possamos derramar algumas lágrimas longe dos demais.  É importante que nossa casa possa ser esse local de acolhimento. Chorar proporciona uma evasão de sentimentos, nos conforta, é um meio de nos comunicarmos com o outro o que estamos sentindo.

Como está sendo a acolhida desse choro na sua família?

Para mudar o mundo devemos começar a ensinar para os pequenos o que almejamos melhorar, a fim de que cresçam sabendo que não estão cometendo um erro ou sendo bobos por chorar e demonstrar sentimentos.

Que tal demonstrar mais empatia para com as crianças e os adolescentes, tentando ajudá-los a compreender o que estão sentindo durante o choro ao invés de insistir para que assumam um autocontrole que nem mesmo os adultos possuem em momentos difíceis?

E aí, é bom chorar sem culpa, né?